Lula lava suas mãos e deixa passar “Dia da Amizade Brasil-Israel”
A escolha do Presidente foi não se manifestar sobre a aprovação do projeto. Agora cabe ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil), promulgar a lei. Apesar de Lula não ter sancionado o PL, a ausência de veto faz com que o resultado prático seja o mesmo.

Presidente Lula durante visita à França, onde recebeu a carta aberta pelo fim das relações do Brasil com Israel. Reprodução/Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil.
Após a aprovação do Projeto de Lei que estabelece o “Dia da Amizade Brasil-Israel”, o Presidente Lula tinha até o dia 18 de junho para vetar ou sancionar o projeto. A escolha do Presidente foi não se manifestar sobre a aprovação do projeto. Agora cabe ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil), promulgar a lei. Apesar de Lula não ter sancionado o PL, a ausência de veto faz com que o resultado prático seja o mesmo.
O rompimento das relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e Israel são uma reivindicação dos movimentos em solidariedade à Palestina no Brasil, que denunciam o genocídio levado a cabo pelo Estado Sionista. Em maio, entidades representantes dos petroleiros enviaram uma carta ao Presidente solicitando o embargo energético a Israel, afirmando que a participação do Brasil no fornecimento de petróleo bruto ao país chegou a 9% entre outubro de 2023 e julho de 2024.
No início de junho, quando estava em Paris, Lula recebeu uma carta aberta com mais de 12 mil assinaturas exigindo o fim das relações com Israel. O texto afirma que “nos últimos meses observamos a crescente violência imposta pelo estado sionista de Israel aos civis palestinos, a violação do frágil acordo de cessar-fogo, o bloqueio desumano e cruel que ameaça a vida de 2.3 milhões de pessoas em Gaza, em especial 14 mil bebês que se encontram em risco iminente de morte, o ataque a diplomatas de diferentes países, tendo Israel violado o direito internacional em todos os possíveis níveis”.
Apesar da aprovação unânime no Senado, pesquisa recente indicou que 58% dos brasileiros têm uma opinião desfavorável de Israel, contra 32% com opinião favorável. A manutenção da criação da celebração da “amizade” entre os dois países representa uma vitória simbólica do lobby sionista, que visa aliviar os efeitos do repúdio crescente que Israel vem angariando em meio ao genocídio.