Greve dos Trabalhadores da Educação continua em Belo Horizonte

A categoria atingiu índice histórico de 85% de paralisação das escolas da rede nesta quarta-feira (11/06), enquanto o prefeito Damião está em Israel à convite do lobby sionista de segurança pública.

12 de Junho de 2025 às 21h00

Ato dos Trabalhadores da Educação na Praça Sete, Belo Horizonte (MG). Foto: Jornal O Futuro.

Em greve desde a última sexta-feira (06/06), os trabalhadores concursados da rede municipal da educação em Belo Horizonte alcançaram o índice histórico de 85% de paralisação das escolas da rede nesta quarta-feira (11/06). Reunida em nova Assembleia organizada pelo Sind-REDE/BH, a categoria aprovou a continuidade do movimento grevista, frente à falta de avanços nas negociações com a Prefeitura. Após a Assembleia, os trabalhadores seguiram em manifestação da Praça da Estação até a Praça Sete, na região central da cidade, chamando a atenção da população para as reivindicações da categoria.

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) manteve a proposta de reajuste de 2,49% e apresentou, como contraproposta, a universalização do Vale Alimentação para os trabalhadores com jornadas inferiores a 40h, com restrição aos dias trabalhados (excluindo as férias e licenças de saúde), medida que não contempla os aposentados. As avaliações da categoria reafirmaram a centralidade da reivindicação do reajuste, considerando a perda salarial acumulada de 47,02% durante as gestões de Kalil/Fuad, entre 2017 e 2025.

Além disso, canais oficiais da PBH têm propagado uma campanha de desinformação à população sobre as condições de trabalho dos professores da capital mineira, afirmando que “100% dos profissionais do magistério da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte recebem salários acima do piso nacional” e que os salários médios seriam mais de 13 mil reais. O Sind-REDE/BH respondeu a matéria falaciosa sobre reajuste dos servidores municipais, corroborando com as avaliações da categoria que já demonstraram, nas Assembleias, que essa afirmação não corresponde à realidade da maior parte dos professores da rede.

A categoria também aprovou um novo calendário de greve e mobilizações, principalmente através da atuação nas Regionais e chamando à solidariedade da população belorizontina ao movimento, até a próxima Assembleia convocada pelo Sind-REDE/BH para o dia 17 de junho, na Praça da Estação, às 14 horas.

No mesmo dia e local, a partir das 09 horas, ocorrerá a Assembleia dos demais servidores públicos da rede municipal de Belo Horizonte, com paralisação e indicativo de greve, organizada pelo Sindibel. Durante a semana os diversos setores debateram as propostas específicas e nessa assembleia discutirão o futuro da campanha salarial dos demais servidores públicos municipais.

Manifestantes em solidariedade à Palestina repudiam a ida do prefeito de Belo Horizonte à Israel e se solidarizam ao movimento grevista

Ato contra a ida de Damião a Israel e o sequestro de ativistas da Flotilha da Liberdade na Prefeitura de Belo Horizonte (MG). Foto: Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino.

Enquanto a maior parte das escolas da rede municipal de Belo Horizonte segue paralisada, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) está em Israel à convite do lobby sionista de segurança pública. Em denúncia, manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura, também na quarta-feira (11/06) pela manhã.

O ato, organizado pelo Comitê Mineiro de Solidariedade ao Povo Palestino, denunciou o sequestro de ativistas da Flotilha da Liberdade, espalhou faixas e cartazes chamando a atenção da população que passava na rua, que interagiu e compartilhou sua indignação com o grupo manifestante. A atividade também contou com a recitação do poema “Lamentos para a Palestina”, do brasileiro José Marcos Ramos, e seguiu em marcha até a Praça Sete, se integrando ao ato dos professores em apoio à greve.