UFPR: Cozinha Gourmet rompe contrato e deixa estudantes e trabalhadores desamparados
Após a quebra do contrato de mais de R$ 40 milhões, a empresa usou a noite de domingo para inviabilizar o preparo de refeições em todos os restaurantes universitários de Curitiba, roubando fornos e fogões que são propriedade da UFPR, cortando mangueiras e fios elétricos e saqueando os insumos que seriam destinados aos estudantes.

Manifestação em frente ao Restaurante Universitário. Reprodução/Foto: A Nova Democracia.
A empresa Cozinha Gourmet Ltda, responsável pelos Restaurantes Universitários da Universidade Federal do Paraná (UFPR), rompeu unilateralmente, em 13 de julho, o contrato firmado com a instituição, deixando todos os trabalhadores sem emprego e milhares de estudantes sem refeição.
Desde o início da gestão, a empresa tem sido questionada sobre a qualidade do serviço e principalmente pelo não pagamento dos salários de seus funcionários. Ainda esse ano, como noticiado pelo jornal O Futuro, houve mobilização dos trabalhadores do RU em conjunto ao movimento estudantil pelo não pagamento de salários e vales alimentação e de transporte. A pressão conjunta surtiu efeito ao garantir pagamento de salários atrasados, mas não garantiu outras demandas dos trabalhadores.
Após a quebra do contrato de mais de R$ 40 milhões, a empresa usou a noite de domingo para inviabilizar o preparo de refeições em todos os restaurantes universitários de Curitiba, roubando fornos e fogões que são propriedade da UFPR, cortando mangueiras e fios elétricos e saqueando os insumos que seriam destinados aos estudantes. Segundo os funcionários também há denúncias de que a empresa não fornecia equipamento de segurança adequado para o trabalho, e relatos de carregamento de carne podre para abastecer os restaurantes.
Como forma de compensação aos funcionários que foram demitidos do dia para noite, a empresa sugeriu a distribuição de “cestas básicas”, compostas pelo estoque de comida que não conseguiram levar embora dos restaurantes. A Cozinha Gourmet Ltda é criminosa!
A reitoria, como sempre omissa, lançou notas insistindo na forma de gestão terceirizada, informando que irá contratar outra empresa de forma emergencial, para atender somente estudantes contemplados com auxílios do PROBEM, que abarcam somente estudantes de graduação. No entanto, centenas de estudantes não contemplados pelos auxílios terão sua seguridade alimentar diretamente afetada, frente a uma situação de alta constante no preço dos alimentos.
A APUFPR lançou uma nota em seu Instagram em defesa dos trabalhadores, expondo também a situação humilhante à qual foram submetidos, perdendo seus empregos de maneira tão súbita. O DCE da UFPR também se manifestou em favor dos trabalhadores em um vídeo publicado em suas redes. O vídeo gravado pelos próprios trabalhadores escancara a natureza criminosa da empresa.
Esse caso é mais um dos muitos exemplos da consequência da privatização e precarização do serviço público. Os Restaurantes Universitários são indispensáveis para a garantia de permanência estudantil, e devem ser garantidos diretamente pela Universidade, não por empresas terceirizadas que oferecem serviços precários e furtam o patrimônio público.