Marcha reúne milhares para romper bloqueio sionista em Gaza
A Marcha, chamada inicialmente de Comboio Sumud (“resistência” em árabe), já conta com diversas caravanas, e tem ganhado cada vez mais adesão, ao percorrer Tunísia, Líbia e Egito, sendo uma resposta também à inação dos governos árabes da região em ajudar a população de Gaza.

Reprodução/Foto: Mohamed Mdalla/Agência Anadolu.
Por Mateus Filgueira
Quando ativistas de todo o mundo foram sequestrados em israel e o brasileiro Thiago Ávila, em greve de fome, fora transferido em uma cela solitária nas masmorras sionistas, – onde já foi martirizado o jovem brasileiro-palestino de 17 anos Walid Khaled Abdullah Ahmed –, o presidente Lula (PT) seguiu inerte nas ações, criticando o genocídio em entrevistas, mas se negando a romper os laços econômicos e políticos com o colonialismo sionista, pelo contrário, mantendo o financiamento do genocídio com relações comerciais (como a compra de R$ 59 milhões de tecnologia bélica sionista pela Policia Federal) e abastecendo os tanques israelenses, mesmo com a pressão dos petroleiros (de sindicato vinculado a CUT) para que Lula realize um embargo energético a Israel.
Ao mesmo tempo que a Flotilha da Liberdade, com 12 ativistas, zarpou da Itália com o intuito de romper o cerco marítimo em Gaza, que impede a entrada de alimentos e medicação, a Marcha Global para Gaza, com milhares de pessoas – cerca de 10 mil – de mais de 54 países diferentes, saíram da Tunísia rumo a Rafah, cidade palestina na fronteira com o Egito, com o intuito de romper o cerco terrestre e levar ajuda humanitária para Gaza.
Embora os genocidas afirmem que o cerco seria para evitar o “abastecimento bélico do Hamas”, a interceptação à Flotilha mostrou que o cerco é parte do processo de limpeza étnica, impedindo a chegada de suprimentos básicos e essenciais para sobrevivência, já que os ativistas foram sequestrados em águas internacionais e levavam apenas itens de alimentação e medicinais.
A Marcha, chamada inicialmente de Comboio Sumud (“resistência” em árabe), já conta com diversas caravanas, e tem ganhado cada vez mais adesão, ao percorrer Tunísia, Líbia e Egito. A Marcha, segundo as organizações de sociedade civil, como o grupo Iniciativa Argelina de Apoio à Palestina e Ajuda a Gaza, que iniciaram o comboio, é uma resposta também à inação dos governos árabes da região em ajudar a população de Gaza não somente após a Tempestade Al-Aqsa, mas ao bloqueio por Israel sobre Gaza desde 2007 e os quase 80 anos de apartheid, desde a Nakba.
Cinco brasileiros – três mulheres e dois homens –, parte da comitiva portuguesa, se juntaram à Marcha para levar ajuda humanitária. Para Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), uma das integrantes, a advogada Andréa Haddad Gaspar, apontou que sua motivação vem da “imobilidade de alguns governos e da colaboração de outros no genocídio cometido por Tel Aviv”.
Na última quarta feira (11/06), Israel Katz, Ministro da Defesa israelita declarou em nota que espera que as autoridades egípcias impeça o comboio de chegar à fronteira Egito-Gaza, classificando a iniciativa como uma “provocação”, que seria um “perigo ao Egito” e uma “ameaça para os países árabes da região”. Em resposta, o porta-voz do governo egipcio anunciou que os ativistas estrangeiros presentes em seu território precisarão de uma “autorização prévia” para realizar qualquer ação. Ainda segundo o Ministro, os “ativistas jihadistas” querem juntar-se e ajudar o Hamas.
Um relatório da ONU aponta que uma em cada cinco pessoas passam fome em Gaza e toda a população está em risco de fome. Em outro estudo, a ONU também apontou que todos os hospitais de Gaza foram atacados, mas 16, dos 36, ainda conseguem operar parcialmente ajudando feridos, tendo tratamentos de câncer e demais doenças sido suspensos já que muitas alas foram destruídas e não há médicos nem materiais hospitalares.
Após 3 meses de cerco total, Israel liberou entrada de ajuda humanitária, mas as entregas de paraquedas de aviões se perdem e destroem na queda, caem no oceano e fere civis palestinos que tentam ‘chegar primeiro’; as ajudas terrestres são parte de uma estratégia sádica de israel para atrair palestinos e matá-los.

Reprodução/Foto: ONU News.
Segundo a FEPAL, a organização da Marcha informou que ao menos 170 participantes estão sendo ameaçados de deportação pelas autoridades egípcias. Mesmo com as pressões sionistas, garantiram que os planos se manterão e que advogados de todo o mundo estão agindo para garantir a segurança de todos.
Um acordo de paz assinado em 1979 – que coloca o Egito como a primeira nação árabe a reconhecer Israel como Estado – consagra 46 anos de paz entre as nações, todavia, desde a Tempestade Al-Aqsa, é notório a servidão do governo do Egito para com Israel. A complacência egípcia com as ações israelenses se demonstra principalmente com a proibição imposta pelos sionistas ao governo egípcio de corredor de ajuda humanitária na fronteira Egito-Palestina-Gaza.
Além disso, mesmo com Trump dizendo que os EUA iriam assumir a Faixa de Gaza e os palestinos podem ir para Egito e Jordânia, o governo egípcio apenas declarou em nota que condena as ações e que as ações militares israelenses “empurram os palestinos para o sul”. Desde a Tempestade Al-Aqsa, o Egito reforçou as fronteiras com a Palestina para impedir as migrações de Gaza, mas manteve o bloqueio humanitário deliberado por Israel.