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  • Vietnã segue financiando genocídio palestino com novo acordo agrícola e bélico com Israel

    Em coletiva de imprensa, os líderes de ambos os países reafirmaram a aproximação comercial e política. Entre o debate realizado a portas fechadas, debateram a questão do Mar da China Meridional e a região do Oriente Médio.

    30 de Março de 2025 às 21h00

    Reprodução/Foto: VOV/TNVN

    Por Mateus Filgueira

    A relação Vietnã-Israel vem se desenrolando há anos. Com o reconhecimento de Israel como um Estado independente em 1993, foi somente em 2005 que a República Socialista do Vietnã abriu uma embaixada em Tel Aviv; a partir disso, as relações entre esses dois países só cresceram.

    Um dos primeiros maiores negócios se deu em 2012, a partir de um investimento de mais de 100 milhões de dólares à empresa Israel Weapon Industries, destinada a atender as Forças Armadas Populares do Vietnã; anos depois, o exército vietnamita começou a ser abastecido por mísseis de defesa aérea israelense. Essa relação, inclusive, fortaleceu a presença de pessoas de ascendência vietnaminata servindo as Forças de Defesa de Israel (IDF).

    Em 2017, o ex-presidente israelense Reuven Ruvi Rivlin e sua esposa desembarcaram no Vietnã para uma agenda de celebração aos 24º aniversário do estabelecimento oficial das relações diplomáticas entre os países. Em coletiva de imprensa (na foto de capa), os líderes de ambos os países reafirmaram a aproximação comercial e política. Entre o debate realizado a portas fechadas, debateram a questão do Mar da China Meridional e a região do Oriente Médio.

    Já em 2023, para o 30º aniversário das relações diplomáticas entre os países, Benjamin Netanyahu e o Vice-primeiro-ministro vietnamita Trần Lưu Quang estabeleceram políticas para “criar condições favoráveis para as empresas israelenses”. Segundo matéria do Vietnam News, Netanyahu teria expressado que “com vantagens complementares, os dois lados têm grande potencial para fortalecer a cooperação em todos os campos, especialmente em ciência, tecnologia e startups, inovação, agricultura de alta tecnologia, tecnologia de tratamento de água e medicina”. Ambos os países se comprometeram em efetivar o então recém assinado “Acordo de Livre Comércio Vietnã-Israel” que chegou a uma movimentação de 2,2 bilhões de dólares em 2023.

    Em gráfico feito pela Al Jazeera, Vietnã foi o 5º maior comprador bélico de Israel entre 2018 e 2022.

    Reprodução/Foto: Al Jazeera

    As relações entre os dois países se concentram não só na questão bélica, mas também na questão agrícola. Em matéria, o Israel Agri – portal internacional de notícias sobre agricultura israelense – trouxe que mais de 2.000 estudantes vietnamitas estudam agricultura em Aravá, região fronteiriça com a Jordânia ocupada por Israel. Além disso, 3.000 estudantes vietnamitas cursaram mais de 50 treinamentos em fazenda administrada pela Agência Mashav para Cooperação Internacional, do Ministério das Relações Exteriores de Israel, perto da Cidade Ho Chi Minh.

    Em 2025 novos dois acordos foram celebrados, o mais recente é também no âmbito agrário. Em 24 de março, a empresa sionista Zemach e a Embaixada do Vietnã reuniram empresas de ambos os países para apresentar vantagens agrícolas aplicáveis no Vietnã, segundo o portal de notícias Vietnam+, foi apresentado algumas tecnologias agrícolas, com tecnologia bélica, incluindo sensoriamento remoto, imagens, sensores, automalção, drones, modelos de análises de dados e soluções agróciolas sustentáveis usando fontes de energia renováveis. O Vietnam News, trouxe em matéria que o embaixador vietnamita em israel disse que espera que Israel não veja o Vietnam apenas como comprador de tecnologia, mas como um potencial exportador visando desenvolvimento mútuo entre os países.

    Reprodução/Foto: VNA / Vietnam+

    Ainda em março, Vietnam e Israel lançaram sua nova parceria bélica: um investimento de 680 milhões de dólares em dois satélites espiões israelenses. O acordo, segundo o Sri Lanka Guardian (SLG) é um esforço do Vietnam para “aprimorar suas capacidades de vigilância no Mar da China Meridional em meio às tensões contínuas com a China”.

    De acordo com a Israel Aerospace Industries (IAI), empresa ganhadora da licitação, serão fornecidos ao Vietnã um satélite de fotografias ópticas e um satélite de radar de abertura sintética, fornecendo capacidade de vigilância de alta resolução, mesmo sob cobertura de nuvens ou condições noturnas. O acordo foi celebrado após um longo período de negociações, onde a empresa sionista venceu a francesa Thales e a norte-americana EUA Lockheed Martin, a Rússia também participou da licitação, mas a alternativa de menor custo foi descartada.

    A mesma matéria do SLG trouxe que “este acordo é parte de uma relação de defesa mais ampla entre Israel e Vietnã, com o último tendo comprado um valor estimado de 2 bilhões de dólares em equipamentos militares israelenses nos últimos anos. Aquisições anteriores incluem os sistemas de defesa aérea Spider da Rafel, drones Heron da IAI e os sistemas de radar Elta Systems. Também estão em andamento negociações para que a Rafel estabeleça uma unidade de produção de mísseis antitanque Spike no Vietnã, potencialmente avaliada em 500 milhões de dólares”. Resta constatar que, em matéria recente, denunciamos a compra de aquisição direta da empresa brasileira Stefanini Participações S.A. da totalidade do capital social total e votante detido pela empresa israelense Rafael Advanced Defense Systems Ltd.

    Além do financiamento direto do genocídio ao comprar armamento e tecnologias de empresas sionistas, as armas israelenses são testadas em palestinos há mais de 70 anos, desde o Nakba, em 1948; e a tecnologia agrícola, além de beber dos testes bélicos, também são utilizadas em regiões na Palestina ocupada e em lugares de restauração de solo, já que para expulsar os palestinos, colonos salgam a terra e cortam água.

    Dentre todas as propagandas sionistas, destacam-se o “greenwashing” já que Israel levanta a bandeira de “ecologicamente sustentável” enquanto seu programa genocida, junto com os EUA, é o principal emissor de toneladas de dióxido de carbono (CO2 equivalente), é o que revela estudo de pesquisadores ingleses e norte americanos, é o que diz a matéria do The Guardian. Segundo este estudo, só nos primeiros 60 dias após o 7 de outubro, Israel foi responsável por mais de 99% das emissões poluentes no mundo.