Professores e alunos enfrentam problemas na aplicação da Prova Paulista

Para além dos problemas de acessibilidade, professores relatam que o modelo de avaliação não segue os parâmetros curriculares trabalhados em sala de aula

18 de Junho de 2025 às 0h00

Reprodução/Foto: Gilberto Marques/Educação SP.

A primeira Prova Paulista de 2025, iniciada em março e realizada de maneira online, começou com horas de estresse para alunos e professores, que não conseguiram acessar o portal para realizá-la. Apesar de hoje ser divulgado como um dos mecanismos que facilitaria o ingresso dos estudantes da rede estadual ao ensino superior, os prejuízos relatados pelos professores demonstram a ineficácia do processo alternativo de ingresso às universidades estaduais, além da evidente negligência do governo Tarcísio em relação à infraestrutura e condições de trabalho no interior das escolas.

Mesmo tendo sido implementada na rede pública do Governo do Estado de São Paulo desde 2023, o acesso à prova segue comprometido pela péssima infraestrutura nas escolas, fazendo com que os estudantes percam horas de aula tentando entrar na plataforma. Dessa vez, professores temem que os problemas persistam na nova aplicação da prova, marcada entre os dias 09 e 19 de junho.

Na última aplicação, realizada em março, os alunos perderam metade do tempo de prova se deslocando pelas salas de aula em busca de sinal de internet. Entre as soluções encontradas, os alunos foram instruídos a utilizar o celular e planos de dados pessoais como tentativa de esgotar todas as opções possíveis para fazer a prova, uma vez que era impossível alterar as datas ou realizar adaptações do instrumento avaliativo.

Os professores, enquanto responsáveis pela aplicação da prova, sofreram com uma grande sobrecarga pela falta de infraestrutura para sua realização. Para além dos problemas de acessibilidade, professores relatam que o modelo de avaliação não segue os parâmetros curriculares trabalhados em sala de aula. Assim, profissionais da educação se tornam alvos diretos dos ICMs (Índices de Cumprimentos de Metas), uma vez que não conseguem cumprir as metas incoerentes estipuladas pela Secretaria de Educação, e acabam sendo perseguidos pela gestão escolar por meio de ameaças e risco de demissão.

A prova, apesar de todas as debilidades, é um dos instrumentos principais para a avaliação anual dos alunos no estado, e as dificuldades em realizá-la geram ansiedade e frustração na comunidade escolar, com resultados que atestam a ineficiência do modelo imposto às escolas estaduais.