O que querem os comunistas na Cúpula dos Povos?

Entre as águas e as ruas de Belém, o PCBR marca presença denunciando a farsa da COP30 e afirmando o caminho da revolução socialista.

13 de Novembro de 2025 às 14h00

Faixa do PCBR na Barqueata no primeiro dia da Cúpula dos Povos. Foto: Jornal O Futuro.

O primeiro dia da presença comunista na Cúpula dos Povos foi marcado pela força simbólica da barqueata, que partiu do bairro do Guamá às 9h rumo à Vila da Barca, retornando por volta das 13h. Sem falas formais, mas com forte energia militante, faixas de denúncia e palavras de ordem ecoaram sobre o rio, reafirmando a organização popular contra as falsas soluções ambientais vendidas por governos e corporações sob o selo da “transição verde”.

A Cúpula dos Povos teve sua abertura com a presença de diversos militantes, povos indígenas e movimentos sociais, em um ato que expressou a diversidade das lutas populares e a centralidade da Amazônia no enfrentamento ao colapso ambiental e civilizatório.

Durante a cerimônia de abertura da Cúpula, a militância comunista entoou gritos de denúncia à farsa da COP30, lembrando que as promessas do capitalismo verde não passam de cortina de fumaça para ocultar a continuidade da destruição ambiental e da exploração do trabalho. Em meio às palavras de ordem, os comunistas reafirmaram que não há justiça climática sem ruptura com o capitalismo.

A presença do PCBR na Cúpula dos Povos insere-se num esforço consciente de afirmar a linha revolucionária para a questão ambiental. Enquanto o governo Lula-Alckmin tenta projetar o Brasil como mediador global da “economia verde”, na prática atua como gestor da dependência e promotor da financeirização da natureza, subordinando os biomas e os povos da Amazônia à lógica especulativa do capital internacional.

Sob a retórica da sustentabilidade, o capitalismo verde converte a floresta em ativo financeiro, transformando a preservação em mercadoria e os direitos coletivos em contratos de investimento. O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, anunciado pelo governo como símbolo da nova política ambiental, não é mais que um instrumento de privatização disfarçada, que coloca o destino da Amazônia nas mãos de bancos, fundos e empresas estrangeiras.

Em contraposição, os comunistas defendem uma transição ecológica popular e socialista, baseada na socialização dos meios de produção, no controle operário e comunitário sobre os recursos naturais e na autodeterminação dos povos sobre seus territórios. A ecologia, para o marxismo, não é um apêndice da economia, é o campo onde se expressa a luta entre a barbárie capitalista e a sobrevivência da humanidade.

Ao final do dia, os militantes realizaram uma breve plenária de encerramento, reafirmando o compromisso de seguir nas lutas e de ampliar o alcance do jornal O Futuro durante os próximos dias de Cúpula. A mensagem que ecoou entre as embarcações e as ruas de Belém sintetiza a posição dos comunistas frente à COP30: sem revolução socialista, não haverá salvação ambiental.

Enquanto o governo brasileiro posa de mediador ambiental, o imperialismo reforça sua dominação sobre os povos da Amazônia. A COP30 é mais um capítulo da ofensiva neoliberal travestida de ecologia, e o PCBR está em Belém para desmascará-la nas ruas, nas águas e nas consciências do povo trabalhador.