Aposentados da Petrobras ocupam entrada da empresa contra descontos
A vigília tem como pauta central o encerramento dos descontos do Plano de Equacionamento de Déficit (PED) da Petros, que chegam até a um terço do benefício dos aposentados da categoria.

Reprodução/Foto: @sindipetrocaxias.
Por Gustavo Pedro (publicado originalmente em ASTAPE/RJ)
Na manhã de 11 de outubro, petroleiros aposentados e pensionistas, organizados nas federações, associações e sindicatos da categoria, ocuparam a entrada do edifício sede da Petrobras, o EDISEN, no Rio de Janeiro. A vigília, iniciada na Avenida Henrique Valadares, teve como pauta central o encerramento dos descontos do Plano de Equacionamento de Déficit (PED) da Petros, que chegam a até um terço do benefício dos aposentados da categoria.
O que são os PEDs?
A situação limite em que se encontram os aposentados e pensionistas da empresa é decorrente da recusa das sucessivas gestões, nas últimas duas décadas, em aportar integralmente os recursos necessários à manutenção do fundo de previdência complementar da categoria. Isso vem gerando um cenário de descontos abusivos e recorrentes nos contracheques de aposentados e pensionistas.
A categoria nomeou os descontos de “PEDs assassinos”, como forma de demarcação da gravidade dos mesmos e da situação de vulnerabilidade em que essa parcela da categoria, que dedicou décadas de trabalho à construção do patrimônio da empresa, vem sendo colocada.
Somam-se a esse ataque aos aposentados petroleiros questões como a defasagem de benefícios, aumento de custo de vida, elevação dos gastos com saúde, aumento dos índices de endividamento e despesas familiares crescentes em meio ao avanço da informalidade e da precarização entre os mais jovens.
A luta unificada em meio a campanha salarial
A mobilização faz parte de uma tática da categoria, que busca elevar a pressão das cobranças à diretoria da empresa para que seja construída uma nova proposta de plano de previdência, sem os descontos atuais. Segundo os cálculos das entidades do Fórum em Defesa dos Participantes da Petros, seria necessário um aporte de R$ 18 a 20 bilhões por parte da Petrobras para que sejam encerrados os descontos.
Desde setembro, com o início da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025-2026, a pauta se soma às lutas contra as perdas salariais e melhorias nas condições de trabalho dos petroleiros da ativa. Contudo, a mesma postura de intransigência e de sabotagem aos espaços de negociação com a categoria, que já havia marcado a greve nacional de petroleiros em 26 de março, vem sendo repetida pela gestão Magda Chambriard – indicada pelo presidente Lula – na Petrobras.
Na última semana, foi recusada a segunda contraproposta da empresa, apontada como uma “proposta chama greve”, por oferecer apenas 0,5% de ganho real em meio a repasses bilionários aos acionistas. Na questão dos PEDs, assim como em negociações relativas ao teletrabalho, ao Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS), com os desimplantes que reduzem a remuneração de trabalhadores que estavam embarcados, o entendimento é que a empresa segue enrolando e a contraproposta soa como uma provocação à categoria.
O indicativo de ambas as federações da categoria (FNP e FUP) é a recusa das contrapropostas e a construção de uma greve, a ser iniciada no dia 15 de dezembro. Nos últimos dias esse indicativo vem sendo aprovado nas bases administrativas e operacionais. O movimento paredista será reforçado também pelo movimento dos aposentados, que anunciam que a vigília seguirá sendo realizada nos próximos dias rumo à unidade da luta dos aposentados e trabalhadores da ativa.
#greve#Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)#Federação Única dos Petroleiros (FUP)#Rio de Janeiro