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  • EDITORIAL: No mês da mulher trabalhadora, lutar contra a dupla jornada

    Essa data, nascida como “dia da mulher trabalhadora”, representa muito mais do que um dia de “agradecimento” às mulheres: ela é um dia de luta pelo fim de toda forma de opressão que pesa sobre as trabalhadoras.

    1 de Março de 2025 às 15h00

    No mês de março, quando toda a propaganda capitalista busca transformar o “dia da mulher” em uma celebração comercial, resumida a flores e chocolates, é dever das e dos comunistas relembrar à classe trabalhadora a origem socialista do 8 de março. Essa data, nascida como “dia da mulher trabalhadora”, representa muito mais do que um dia de “agradecimento” às mulheres: ela é um dia de luta pelo fim de toda forma de opressão que pesa sobre as trabalhadoras.

    Hoje, apesar de séculos de luta das mulheres, as brasileiras ainda enfrentam jornadas exaustivas em trabalhos precarizados ao mesmo tempo que são responsabilizadas pela imensa maior parte do trabalho doméstico e de cuidados com seus familiares. O machismo, mesmo não sendo uma invenção do capitalismo, foi remodelado e aprofundado na sociedade burguesa moderna. Com o objetivo de alcançar um maior nível de dominação e exploração da classe trabalhadora, essa forma de opressão é mobilizada diariamente para rebaixar a remuneração feminina ou manter as trabalhadoras presas às atividades ditas “de mulher”, minando sua autoestima e a consciência de sua força social. O 2° Relatório de Transparência Salarial revelou que as trabalhadoras no Brasil ainda ganham 20,7% menos do que os homens, isso considerando apenas as 50.692 maiores empresas, com 100 ou mais empregados. 

    Atualmente, o debate nacional sobre o fim da escala 6x1 colocou na ordem do dia a necessidade de repensar a jornada de trabalho e seus efeitos na vida de trabalhadoras e trabalhadores. Essa luta central de toda a classe trabalhadora encontra também suas especificidades para as mulheres proletárias, que estão ainda mais presentes que os homens nos empregados que utilizam escalas 6x1. Em uma realidade onde as trabalhadoras são submetidas a extensas jornadas de trabalho, com suas alarmantes características precarizantes, a redução da jornada não só amplia a autonomia da classe trabalhadora sobre seu próprio tempo como também amplia a possibilidade de acesso ao lazer e ao descanso, essenciais ao bem-estar psicológico e físico.

    A dupla jornada de trabalho é a realidade da imensa maioria das trabalhadoras, que além de seus empregos formais ainda precisam sustentar toda uma segunda jornada de trabalho em seus lares, nas atividades de reprodução social. A separação social entre o trabalho produtivo (realizado na esfera pública para a produção de mercadorias) e o trabalho reprodutivo (aquele realizado na esfera privada, que se destina à reprodução da vida humana) só poderá ser abolida em uma sociedade socialista, onde todas as necessidades da produção social estarão subordinadas às necessidades da reprodução humana, e não o contrário, e onde o trabalho reprodutivo será socializado também na esfera pública. Enquanto isso não acontecer, além da exploração que sofrem de seus patrões, as mulheres ainda estarão sujeitas à subordinação econômica, social e moral aos homens, seja no ambiente doméstico ou mesmo fora dele. Dessa dupla opressão, continuará brotando permanentemente a irresignação e a resistência das mulheres trabalhadoras, até o dia de sua emancipação!