Greve em Colombo (PR): Após 13 anos, trabalhadores da educação retomam a luta
Essa greve não é apenas uma demanda por direitos específicos, mas um ato de resgate da dignidade coletiva. É a expressão da luta de classes travada cotidianamente entre o trabalho e o capital.

Manifestação dos professores em Colombo (PR). Reprodução/Foto: Riquieli Capitani.
Após mais de uma década de imobilismo forçado por um cenário político de desmonte e desmobilização, a categoria dos trabalhadores da educação rompe o silêncio e volta às ruas. Nesta semana, docentes e demais servidores da rede pública de Colombo/PR protagonizam uma importante retomada do instrumento histórico de luta da classe trabalhadora: a greve.
Os atos tiveram início com mobilizações em frente à Secretaria de Educação e se estenderam até a Câmara dos Vereadores, onde os servidores ocuparam a tribuna popular para expor as demandas da categoria. Em assembleia, deliberaram os próximos passos da luta. As pautas centrais giram em torno da recomposição salarial corroída pela inflação, da melhoria do vale-alimentação, do pagamento de adicionais para os aposentados e da implementação do piso salarial.
A movimentação se dá em um cenário de longa dormência do movimento sindical local. “Já faziam 13 anos desde a última greve” (sic), relata um trabalhador presente nas atividades. “O movimento sindical estava bem amortecido aqui, agora que está dando uma avivada” (sic). A retomada da mobilização demonstra que, apesar das tentativas sistemáticas de neutralizar a ação coletiva, a consciência de classe segue viva, mesmo que em estado latente.
A atuação da Direção Sindical, alinhada à CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), segue sendo observada com cautela por setores mais críticos da base, que apontam para a necessidade de manter a luta sob controle da própria categoria, e não de cúpulas burocratizadas. Apesar das limitações impostas por contratos precários e instabilidades laborais, instrumentos que o capital utiliza para fragmentar e desarticular a resistência, há esforços claros de solidariedade ativa e organização de base.
Essa greve não é apenas uma demanda por direitos específicos, mas um ato de resgate da dignidade coletiva. É a expressão da luta de classes travada cotidianamente entre o trabalho e o capital. Saudamos com entusiasmo a insurgência desses trabalhadores, que se colocam novamente de pé e mostram que a luta organizada continua sendo o único caminho possível para a transformação real.