• Assine o jonal
  • Edição impressa
  • Artigos
  • Contato
  • Quem somos
  • PCBR
  • UJC

  • Agronegócio e Clima
  • Amazônia
  • Economia
  • Editoriais
  • Internacional
  • Juventude
  • Opinião
  • Política
  • Segurança Pública
  • Sindical
  • Professores e servidores de São Paulo em greve

    Esse movimento da prefeitura levou os trabalhadores da educação do município a decretar greve no último dia 15 de abril. A greve continua e haverá uma manifestação amanhã(06).

    6 de Maio de 2025 às 0h00

    Reprodução/Foto: SINPEEM/Graça Donegati.

    A gestão do prefeito Ricardo Nunes decidiu por adiantar a votação do PL 416/2025, que prevê um aumento muito abaixo do que foi reivindicado para os funcionários da educação do município, além de não contemplar todas as categorias do funcionalismo. Esse movimento da prefeitura levou os trabalhadores da educação do município a decretar greve no último dia 15 de abril, no que foram seguidos por outros serviços municipais que vem sofrendo com o mesmo arrocho salarial e contínua precarização.

    A medida de Nunes foi apenas mais um dos ataques recentes do prefeito contra o serviço público da cidade. Os trabalhadores da educação pública municipal apontam que o sucateamento tem avançado a passos largos sobre as escolas da prefeitura, como um recurso da administração municipal para forçar aos poucos a privatização. As 50 escolas com as piores avaliações estão em uma “lista negra” de desempenho, sob ameaça direta de privatização.

    Ao mesmo tempo, Nunes não direciona os recursos necessários para garantir uma educação pública de qualidade. Os problemas vão desde a estrutura das escolas até as condições de carreira. O último concurso de professores não convocou todos os aprovados, enquanto a prefeitura investe em contratos temporários sem garantias ou estabilidade para os profissionais. Os direitos de professores readaptados - em sua maioria, profissionais adoecidos pelo próprio trabalho - têm sido também atacados.

    Esses são problemas que afetam não só as condições dos trabalhadores da educação, mas também a qualidade do ensino, comprometendo a formação dos estudantes. Com salas cheias, falta de recursos e profissionais e condições cada vez mais precárias, avança a implementação da escola em tempo integral, sem preocupação em garantir as condições necessárias para seu funcionamento. Um projeto que deveria melhorar e ampliar a qualidade da formação dos estudantes, na prática tem sido apenas um aumento de seu tempo na escola, confinando crianças e adolescentes em prédios lotados e sem estrutura por várias horas por dia, sem preocupação em construir novas escolas ou reformar as antigas.

    Os trabalhadores da educação aderiram à greve e têm feito uma série de manifestações, sem resposta de Ricardo Nunes – que além de dizer que não daria o aumento, ainda ameaçou judicializar a greve. Nas últimas semanas, ocorreram uma série de mobilizações de rua na frente da prefeitura e da Câmara de Vereadores. A atuação dos sindicatos que defendem os interesses dos profissionais municipais é essencial para a organização da categoria e para a segurança dos trabalhadores, e a pauta salarial é também de extrema importância e tem seu lugar na luta dos trabalhadores.

    Contudo, as reivindicações de educadores e da equipe escolar como um todo não se resume ao financeiro. Embora nas manifestações que vêm ocorrendo nas últimas semanas as questões de estrutura dos prédios e das condições de trabalho tenham sido pontuadas, por vezes não parecem receber a atenção e urgência necessárias, com o foco sendo voltado primariamente para os reajustes salariais da categoria.

    A greve continua e haverá uma manifestação na próxima terça-feira (06). O avanço das privatizações e sua relação com o sucateamento do serviço público, não só na educação tem que estar na linha de frente da greve, assim como uma mobilização ampla com participação das bases. Os sindicatos representantes das categorias devem se atentar a essas pautas, e ajudar na construção de espaços que permitam o debate dos trabalhadores para além só da questão salarial.