Demissão em massa no Itaú atinge milhares de trabalhadores
Essa demissão em massa expõe a lógica perversa do setor bancário privado. O corte de milhares de empregos, justificado por uma suposta baixa "atividade digital" não é um evento isolado, mas uma consequência direta de um sistema onde o lucro é a única prioridade.

Imagem gerada por IA.
Ontem, 8 de setembro, o Itaú Unibanco iniciou uma demissão em massa que atingiu milhares de trabalhadores. Embora as estimativas iniciais do sindicato e de grupos de funcionários apontem para cerca de 1 mil desligamentos, informações internas indicam que o número real pode chegar a 9 mil, o que representa cerca de 10% do total de funcionários do banco, e que não haverá reposição de vagas, o que claramente indica corte de gastos. A área de tecnologia, em particular, foi a mais afetada.
O Itaú justificou as demissões com base em um sistema de monitoramento de "atividade digital" dos funcionários. O banco utilizou o software XOne Cloud para rastrear o tempo de trabalho em casa. Funcionários com menos de 50% de atividade registrada foram demitidos, e aqueles com porcentagem próxima a esse valor foram advertidos. Em um comunicado interno, o banco justificou a medida como uma resposta a casos de "desvio de ética".
As demissões foram realizadas sem aviso prévio. Funcionários demitidos relataram que perderam o acesso aos sistemas de trabalho de forma abrupta, sendo informados de seus desligamentos imediatamente após. Não houve direito a defesa, muito menos informação prévia ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (SEEB/SP), como foi afirmado em nota da entidade.
Ainda, a nota publicada pelo sindicato se limita a "buscar o diálogo" e emitir apenas uma carta de repúdio, que claramente é insuficiente diante da situação. Ao invés de buscar agitar e organizar os trabalhadores do banco, a atual direção do sindicato se acomoda, buscando acordos de cúpula.
Essa demissão em massa expõe a lógica perversa do setor bancário privado. O corte de milhares de empregos, justificado por uma suposta baixa "atividade digital" não é um evento isolado, mas uma consequência direta de um sistema onde o lucro é a única prioridade. A ausência de reposição das vagas indica claramente que a justificativa apresentada é apenas um pretexto para demissões em massa, em um dos setores mais lucrativos da economia.
O caso do banco Itaú é um exemplo claro de que não há conciliação possível entre os interesses dos banqueiros e os do povo. Apenas com a gestão pública, o sistema financeiro poderá ser usado para o desenvolvimento do país, a criação de empregos e o bem-estar social, e não para os interesses dos bilionários especuladores.
Para garantir que a economia sirva à população e não ao lucro, a única solução é a nacionalização e o controle 100% público dos recursos estratégicos. Isso inclui não só o setor bancário e o sistema financeiro, mas também a energia, a mineração e o transporte.