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  • Vereadora de São Caetano do Sul sofre tentativa de cassação de mandato

    Bruna Biondi sofre perseguição e o caso representa um movimento coordenado de uma ofensiva contra mandatos combativos de esquerda em âmbito nacional.

    23 de Abril de 2025 às 0h00

    Manifestantes no ato em defesa do mandato de Bruna Biondi. Foto: Jornal O Futuro.

    No dia 15 de abril, o PCBR se somou ao ato em defesa do mandato combativo de Bruna Biondi (MES-PSOL) que ocorreu na Câmara Municipal de São Caetano do Sul no ABC Paulista. Os manifestantes denunciavam o processo de perseguição em curso contra o único mandato feminino da casa e exigiam o direito da parlamentar de exercer o seu mandato, buscando impedir a instauração da comissão processante que estava sendo votada enquanto o ato ocorria ao lado de fora do plenário.

    Bruna é a única vereadora mulher eleita em São Caetano e a sua reeleição — apoiada pelo PCBR — foi a mais bem votada na cidade em 2024. A tentativa de intimidação contra Biondi é um caso flagrante de violência política de gênero e não é um caso isolado, pois a parlamentar já vem sofrendo com tentativas de silenciamento no exercício de seu mandato, com outras tentativas de calar a vereadora, que sofre com as interrupções e tentativas de censura por parte de seus colegas.

    O caso também representa uma ofensiva da extrema-direita contra mandatos populares que não se dobram aos interesses dos capitalistas a nível nacional. É emblemático o caso de Glauber Braga (PSOL), que vem sofrendo perseguição política na câmara dos deputados após denunciar o envolvimento de Arthur Lira (PP) em um esquema de corrupção no orçamento secreto.

    O ato em defesa do mandato ocorreu fora do plenário, no hall da câmara municipal, a pedido da direita governista. A Guarda Municipal e a Polícia Militar foram mobilizadas para impedir que os manifestantes adentrassem ao plenário, embora assessores da direita e cones estivessem ocupando o espaço que seria destinado à população que se manifestava contra a tentativa de calar os interesses populares. Durante a sessão, Biondi foi impedida reiteradas vezes de seu direito à fala e houve até mesmo a tentativa de retirar sua assessoria parlamentar do espaço.

    A perseguição, encabeçada pelo líder do governo, César Oliva (PSD), intensificou-se após as manifestações de Bruna, que denunciou a concessão do título de cidadão sul-caetanense - maior honraria da cidade - a Daniel Contro, diretor do colégio Liceu Jardim, de Santo André, que foi denunciado pelo crime de racismo após associar ciganos e homossexuais a criminosos. O crime de homofobia foi confessado por Contro na justiça, tendo sido condenado a pagar multa com o valor de R$40.000,00 destinado a entidades que atuem na causa LGBTI+.

    O ato foi vitorioso contra a direita de César Oliva, que após a pressão da mobilização popular, solicitou o arquivamento do processo que ele mesmo havia aberto contra Biondi. No entanto, apesar de ser um recuo imposto por militantes organizados e pela esquerda na região do ABCDMRR, o arquivamento representa uma manobra covarde, uma vez que o processo pode ser reaberto a qualquer momento, mantendo essa ferramenta de chantagem política contra a vereadora.